terça-feira, 25 de novembro de 2008

Poema devasso

Agora, finjo que gozo contigo,
em tardes solitárias e tristes,
em que meus dedos, amigos,
empunham o membro em riste.

Acredito nessas letras escritas,
com jeito de coisas malvadas;
antes, fossem palavras benditas,
mesmo que parececem salgadas.

Acho loucura gozar pelos poros,
soltar pela boca, poemas devassos.

Mas, também não mais ignoro,
quão loucos, os poemas que faço.

Um comentário:

Tua língua se enfia,
me implora, se enrola,
pega a minha e puxa.
Tua língua se afia,
me judia, me amola,
me alisa e repuxa.