quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sedução

Luzes no quarto.
Um quarto nosso qualquer.
Nas ancas desnudas,
nos bicos dos peitos
e nas penugens douradas,
em mim, a mulher.

Saí ainda à pouco
e já com saudades,
do veludo das peles,
do eriçar dos pelos,
da delicadeza do grelo.

A gota de suor que sobrou,
quer no umbigo teu, descansar;
você deixou, eu deixei.
É o nosso pingo poema
que para ti, ofertei.

sábado, 18 de setembro de 2010

Poema gozo

Aguardo teu poema de domingo,
vestido com roupa de missa;
a roupa melhor que tens.
Combinado com loiros cabelos;
perfume avisando, que vens.

Aguardo teu poema elegante,
despido das roupas que visto.
E perfeito ou chulo, releio
com olhares aqui ou adiante,
o teu gozo poema que veio.

Ajoelho-me. Engulo-te sim !
Teu poema grelo roçou-me,
teu poema gozo tocou-me,
levou-me ao prazer, enfim !

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Grelos sem grilos

A língua lambeu,
a boca comeu
onde se pensava
que nada havia.
O gozo foi delas;
delas, a folia.

O corpo girou,
a garganta gritou
enquanto gozavam.
Sem grilo, grelos
feitos paus
roçavam em pelos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Indecentemente

Quando segurei-te nas mãos,
arrepiaram-me os sentidos,
arrepiou-se o corpo teu
nos eretos rosados bicos.
E beijei-os tão guloso,
na ânsia que tive de ti,
em bocas e línguas tantas,
enfiadas, lambidas sôfregas.

Entrei indecente, sem licença,
na permissão que pode
toda essa nossa paixão.
Fiquei interminável aí,
os dois tão à sós;
tão teu, tão meu, tão nós.