sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Gozo

Escorre em finos fios
pela clara pele
que brilha no escuro lá de fora.
Escorre em leves gotas,
como se prantos
que se choram agora.

Basta-nos essas brancas asas
que nos guardam tudo.
Os sussurros, espasmos e gozos,
e gritos nossos, agora mudos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Soneto ousado

Quando me aconchegar
em meio às tuas tetas,
será você, à me ninar
e dar-me igual chupeta.


Róseos e duros bicos,
à oferecerem-me carinhos;
arrepios em que fico
explorando-te devagarinho.


E quando um ousado soneto
falar sem vergonha ou medo,
dos teus doces, belos seios,


que pecados eu não cometo
no tesão, que tarde ou cedo,
virou gozo no teu meio.

domingo, 17 de outubro de 2010

Feito bala

Brinquei com teu brinco,
com meu brinco, brincaste.
Em teus ouvidos,
sussurros e línguas;
em minha boca,
teu gosto e gemidos.

Suguei os teus peitos,
sugaste-me inteiro.
Em tuas cavernas,
meus gritos ecoaram
e como teus, me voltaram.

E nos lambemos, nos doamos
com a avidez dos amantes,
na descoberta da doçura,
feito a bala que chupamos.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sedução

Luzes no quarto.
Um quarto nosso qualquer.
Nas ancas desnudas,
nos bicos dos peitos
e nas penugens douradas,
em mim, a mulher.

Saí ainda à pouco
e já com saudades,
do veludo das peles,
do eriçar dos pelos,
da delicadeza do grelo.

A gota de suor que sobrou,
quer no umbigo teu, descansar;
você deixou, eu deixei.
É o nosso pingo poema
que para ti, ofertei.

sábado, 18 de setembro de 2010

Poema gozo

Aguardo teu poema de domingo,
vestido com roupa de missa;
a roupa melhor que tens.
Combinado com loiros cabelos;
perfume avisando, que vens.

Aguardo teu poema elegante,
despido das roupas que visto.
E perfeito ou chulo, releio
com olhares aqui ou adiante,
o teu gozo poema que veio.

Ajoelho-me. Engulo-te sim !
Teu poema grelo roçou-me,
teu poema gozo tocou-me,
levou-me ao prazer, enfim !

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Grelos sem grilos

A língua lambeu,
a boca comeu
onde se pensava
que nada havia.
O gozo foi delas;
delas, a folia.

O corpo girou,
a garganta gritou
enquanto gozavam.
Sem grilo, grelos
feitos paus
roçavam em pelos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Indecentemente

Quando segurei-te nas mãos,
arrepiaram-me os sentidos,
arrepiou-se o corpo teu
nos eretos rosados bicos.
E beijei-os tão guloso,
na ânsia que tive de ti,
em bocas e línguas tantas,
enfiadas, lambidas sôfregas.

Entrei indecente, sem licença,
na permissão que pode
toda essa nossa paixão.
Fiquei interminável aí,
os dois tão à sós;
tão teu, tão meu, tão nós.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Conversa viada

Brincávamos
feito dois sacanas.
Duvidávamos
que éramos bons de cama.
Até que um dia,
nos provamos :
fomos para o quarto
e dormimos pra caramba !

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Censura

Me prostitui.
Fiz tudo errado.
Canibal, comi da própria carne
e me empanturrei dos meus odores;
me maltratei e me mandei flores,
tudo por causa de ti
e no final, ainda te perdi.
Fui travesti sem vergonha
e rebolei a bunda que não tenho,
me desvestindo de preconceitos.
Fui uma agressão tamanha
na seriedade dos teus homens;
sim, estes mesmos que te comem
ou te enganam com perturbações,
se esganam em masturbações.
E você, os engana à todos,
todos tão fodas mal dadas,
perdidos entre teus peitos
e sentindo-se satisfeitos;
lambendo beiços e bigodes
e ainda te dizendo :
Viu ? Assim é que se fode !

terça-feira, 27 de abril de 2010

Hábitos

Abriu pernas, fechou olhos,
porque decidida estava:
queria perder o cabaço
enquanto com êle brincava.

Fechou olhos, abriu bocas,
lambeu, chupou e engoliu
e quando chegou ao gozo,
gritou, chorou e sorriu.

Abrindo e fechando, assim,
em cada gozada, paraíso.
As rezas chegaram ao fim;
novos hábitos, outro juízo.