sexta-feira, 31 de julho de 2009

Seria infantil, não fosse erótico

Meu passarinho,
assustado com tua aranha,
encabulado, fêz manha
e não sabia
onde colocar o bico,
que tremia.

Meu passarinho,
envergonhado, ciscou, ciscou;
acanhado, cheirou, cheirou
e resolveu:
com a tua aranha,
se envolveu.

Meu passarinho,
agora canta tão alegre,
que encanta.
Mais assanhado, quer brincar,
não quer mais nem voar.
E eu sei da artimanha;
êle agora, quer ficar
perto da tua aranha !

domingo, 26 de julho de 2009

Desbocada

Ela goza com as palavras,
manda todo mundo à merda.
Desbocada, debochada,
ferinamente fere com verbos.
Os encantos, embora, nem tantos,
são apenas diferentes.
Porque não usa pinturas,
é natural, é normal;
normal aliás, depende do dia.
Amor, prá ela é legal
se for com sexo igual.
Então, vira indecente,
roça peitos e grelos
com a maior naturalidade;
diz que já tem idade
prá fazer suas escolhas.

Aí, vocês me perguntam :
- E daí ? Porque cê tá
nos contando tudo isso ?
Dane-se ela, com seus costumes
e modos desagradáveis !
Aí, eu respondo :
- É que fiz uma promessa
prá mim mesmo; um dia,
vou comer essa desbocada.
E, se ela não quiser me dar,
já resolvi : coloco um vestido
e deixo ela me comer.
Tamanho é o tesão
que sinto por esta menina !


Teus Biquinhos

Sei que quando
teus bicos me olham,
minha boca já geme,
meu corpo já treme
porque sei que línguas
serão poucas,
em lambidas molhadas,
em vozes sussurradas.

Sei que quando
teus bicos me olham,
duros e sensuais,
pedindo bocas demais,
minha língua se lambe
antevendo gozos
e tantos sabores;
frutos, seivas e flores !

sábado, 25 de julho de 2009

Fendas

Toquei no ponto seu,
mas, foi você
quem me comeu.
Doida, safada e puta,
me sugou inteiro
prá dentro da gruta.

Toquei no ponto certo
e fui puxado
prá tão perto;
por entre tuas pernas,
prá dentro de ti.
Então gozei, morri.

Toquei no teu ponto
e mesmo sem querer,
marquei um encontro
de sonhos e entregas,
de gozos e tesão;
tuas fendas e pregas !

terça-feira, 21 de julho de 2009

O ponto C

Se abriu toda prá mim,
em pregas e entregas.
Falou, gemeu que queria
ser invadida, a bandida.
E foi cu e fodas;
deixou que eu entrasse,
arrombasse aquela roda.
Gritava e pedia,
relaxava e prendia.

Não teve pena do gozo,
não teve pena de mim;
que enquanto eu entrava,
sacudia e rebolava
e foi gozo enfim !

Aprendi com ela,
que o ponto G
na verdade, passa
por um certo ponto C.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pregas e Dobras

Você me pegou
nas tuas pregas
e me pregou,
me pôs de quatro.

Você me chamou
nas tuas dobras
e me dobrou,
me pôs deitado.

Você me teve
em dobras e pregas
e não se conteve;
ainda me despregou
e só com a língua,
alisando, desdobrou !

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Em braile

Por você, pode até ser
um esporro de versos,
um gozo de letras
do jeito mais diverso.

Por você, posso até dar
muito mais do que linhas,
muito mais que acentos;
todas palavras minhas.

Então, não seja descrente,
antes, faça-se franca,
vem, leia o teu destino
nessas escritas tantas.

Feche agora, os olhos
e sinta o meu relevo;
sómente dedos e mãos,
à ler o que te escrevo.

sábado, 4 de julho de 2009

Fadas e Fodas

Um duende ou uma fada,
um carneiro ou uma cabra.
Quando sorri prá mim,
me abro e me basto,
me arrasto prá perto e fico.
E é melhor que um pico,
melhor que uma pinga;
tem ginga e tem molejo
e eu, amoleço e pereço,
vou ao céu (será inferno ?),
me queimo lá no eterno.
Mas, é um fogo que molha,
um gozo que banha,
tamanha avidez das bocas;
loucas, safadas e gulosas.

Um namoro ou uma foda,
um passeio ou uma escada;
calçada onde ando, trepo.
Onde se pegam bundas e peitos,
se misturam grelos e picas;
esporros e gozos em bicas !

Licores

Sugo a tua flor, como se beija-flor fosse;
teu sumo, teu mel e eu, abelha no doce.

cheiro o teu cheiro, farejo igual um cão;
sigo esse teu perfume, vou ao coração.

Abre esse teu botão,
em amores e pulsares,
em licores e manjares;
gozos de puro tesão !

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bombocados

E aquela boca, se abriu prá mim,
rubra de vinho, pecado e amor;
eu, que me perdi noutras línguas
tão secas, áridas, feitas de dor.

Uma boca de criança ou senhora,
a me lamber e sussurrar gostosuras,
a me falar com verbos de luxúria;
embalados bombons de ternuras.

Boca, que entre tantas, me chamou
de amores, com verbos ousados.

Que quando me viu risos, então calou;
gemendo, gozando, deu-me bombocados.