segunda-feira, 29 de junho de 2009

Confesso

Confesso que sinto falta, sim,
da tua ardência,
da tua aderência,
que ardia, que colava,
que me comia
ou me largava.

Confesso que sinto falta, sim,
da tua mexida,
da tua lambida,
que bulia, que enfiava,
que me engolia
ou me mastigava.

Confesso que sinto falta, sim,
dos teus pelos,
do teu grelo,
que queria, que roçava,
que se mexia
e comigo gozava.

domingo, 21 de junho de 2009

Dois em um

Somos uma desordem só,
pernas e braços prá todo lado
e quando chegamos ao gozo,
ficamos os dois, colados.
Variação de amor e lanhos,
nem sabemos se somos feitos
só de pescoços e cabeças
ou, só de bundas e peitos.

Somos uma bagunça só,
feitos de um ou de dois;
nos amassamos na cama,
prá consertarmos depois !

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Conversa obscena

Da-me agora, a tua língua,
que me acena nas camas tuas,
em chupadas, lambidas obscenas,
eriçando nossas peles nuas.

Nas conversas da tua puta,
que se mostra sempre safada,
se oferecendo e querendo
perder-se em muitas gozadas.

Da-me agora, a tua boca
úmida em gozos e saliva;
gemendo se entrega, esfrega,
intrometendo-se assim, furtiva.

que nas falas de nossas bocas,
no enrosco de nossas línguas,
gostosas piadas que tramamos,
em gemidos, enquanto gozamos !

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Matagais

De careca, já basto eu.
Prefiro amazônicos grelos,
daqueles bem cabeludos,
à chamarem entre pêlos.

Que entre os matagais
ruivos, escuros ou claros,
sorriem, abrem-se inteiros,
mostrando lábios tão raros.

E onde nós, bandeirantes,
nos embrenhamos na rota,
abrindo caminho, confiantes;
espadas nuas e sem botas !

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Saudades da Buça

É mole, o ridículo.
Ou, é ridículo porque é mole.
Vive balangando sua moleza.
-Sou assim porque ninguém me bole-,
vive pensando com tristeza.
Não tem inveja da dureza, isso não;
já tinha sido um daqueles.
Que o diga a Buça, que n'outros tempos,
já tinha sentido a tala.
Mas, à respeito disso, não fala;
águas passadas, que levaram
carinhos, amores e a Buça também.
Tem até um certo orgulho
em dizer que depois dela, nunca mais !
Na verdade, tem esperanças ainda.
Sonha acordado com a volta.
E tem que disfarçar,
porque até hoje, a Buça
atiça e mexe com aquilo
que ninguém mais consegue.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Inteiro no meio

Não sou de meias palavras,
e nem finjo que não ligo;
olho nos teus olhos e digo:
quero você inteira, agora
e não diga que não é hora.

Não sou de meios termos,
nem gosto só de metades;
digo que estou com vontade.
Vejo bundas, grelos e peitos
ao te ver passar desse jeito.

Não sou de meias fodas,
nem de me acabar em dedos;
punhetas deixam-me azedo.
Quero ter mil gozos contigo
e gastar o caroço do umbigo.

Do meio, só quero o que tens
em pelugens, vivendo coberta;
que na língua, põe-se aberta
e molhada, chama e oferece
murmúrios, gozos e preces.

Lençóis

Vou preencher teus desvãos,
dar-te a foda que me pediste,
inundar-te de gozo e tesão.

E todo duro, entrar e sair,
enfiar-me em línguas e dedos,
sentindo-te fechar e abrir.

Pulsando em latejos febris,
gemendo em louca entrega
e gozando como sempre quis.

Lençóis, testemunhas serão
do cio satisfeito, por hora
e é certo, também ficarão
chorosos ao ir-mos embora.

terça-feira, 2 de junho de 2009

De língua

Minha língua fala várias línguas,
é linguaruda no linguajar obsceno
e se vê a tua, presa entre dentes,
se assanha em soltá-la, é aceno.
Acaricia grelos, peitos e bundas,
em lambidas que são só carinhos,
se enfia, mexe e até faz gozar,
em volúpia, também com jeitinho.

Minha língua, na boca não para,
quer passeios em bocas e buracos;
safada, lambe beiços e beiradas,
seca primeiro, depois é molhada.
Enrosca na tua e não quer soltar,
feito cobra, se enlaça, faz nó,
puxa, repuxa, empurra e sussurra
e na hora em que solta, faz dó.

Minha língua fala a tua língua,
em linguajares tão putos, tão doces
e quando pedes mais beijos e fodas,
se lambe, como se criança fosse !