terça-feira, 9 de junho de 2009

Inteiro no meio

Não sou de meias palavras,
e nem finjo que não ligo;
olho nos teus olhos e digo:
quero você inteira, agora
e não diga que não é hora.

Não sou de meios termos,
nem gosto só de metades;
digo que estou com vontade.
Vejo bundas, grelos e peitos
ao te ver passar desse jeito.

Não sou de meias fodas,
nem de me acabar em dedos;
punhetas deixam-me azedo.
Quero ter mil gozos contigo
e gastar o caroço do umbigo.

Do meio, só quero o que tens
em pelugens, vivendo coberta;
que na língua, põe-se aberta
e molhada, chama e oferece
murmúrios, gozos e preces.

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Tua língua se enfia,
me implora, se enrola,
pega a minha e puxa.
Tua língua se afia,
me judia, me amola,
me alisa e repuxa.