quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Indecentemente

Quando segurei-te nas mãos,
arrepiaram-me os sentidos,
arrepiou-se o corpo teu
nos eretos rosados bicos.
E beijei-os tão guloso,
na ânsia que tive de ti,
em bocas e línguas tantas,
enfiadas, lambidas sôfregas.

Entrei indecente, sem licença,
na permissão que pode
toda essa nossa paixão.
Fiquei interminável aí,
os dois tão à sós;
tão teu, tão meu, tão nós.

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Tua língua se enfia,
me implora, se enrola,
pega a minha e puxa.
Tua língua se afia,
me judia, me amola,
me alisa e repuxa.