quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Desbocada

Você me deixou confuso,
desapertou aquele parafuso
que incomodava, consumia.
Tão desbocada, falou
de bucetas e caralhos
e riu do meu jeito espantalho.

Você me tirou do sério;
eu, que andava tão aéreo,
caí daquele pedestal
e enxerguei tudo melhor;
deixei de lado a hipocrisia
e confessei que te queria.

Você me fêz herói e vilão,
me chamou de puto e safado,
me fêz corpo e coração,
me fêz prostituto e viado.

E no gozo, me acompanhou,
com dedos, línguas e bocas
e quando enfim, me amou,
tive a santa e tive a louca !

2 comentários:

  1. Nossa....me lembra o Henry Miller....muito bom...gostei de suas formas e expressões....um erótico beirando ao sentimentalismo maispuro e verdadeiro possivel.

    ResponderExcluir
  2. Oi Rivaaa!!

    Gostei, especialmente, desse poema. Me identifiquei um pouco já que você sempre me chamou de desbocada.

    Adoreii você escreve com excelência!!
    Um grande beijo!!

    ResponderExcluir

Tua língua se enfia,
me implora, se enrola,
pega a minha e puxa.
Tua língua se afia,
me judia, me amola,
me alisa e repuxa.