Eu falo tantas línguas, na língua
que em teu corpo percorre;
verbo perfeito, ou chulo,
na maciez da saliva, que escorre.
Digo quantos verbos são meus,
enquanto viajo e entro nos vãos
e corro para a entrada de ti,
no carinho feito ao coração.
A infinita palavra do gozo, vem
na úmida quentura que cai
nossos corpos nus, indecentes,
nos gemidos roucos que tens,
é doce, a palavra que sai,
à gemer assim, docemente !
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Tua língua se enfia,
me implora, se enrola,
pega a minha e puxa.
Tua língua se afia,
me judia, me amola,
me alisa e repuxa.